O novo serviço tem diversas funcionalidades inspiradas em redes sociais como o Twitter e o Facebook. É também uma nova tentativa de agregar vários serviços da Google.
Foi hoje lançado o serviço Google Buzz, uma aposta do gigante da Internet para ganhar terreno nas redes sociais onde ensaios que protagonizou, como o site Orkut, foram considerados decepcionantes face ao incrível sucesso de redes como o Twitter ou o Facebook.
O serviço Google Buzz está integrado no gmail e vai permitir aos utilizadores partilhar fotografias, vídeos, o que estão a fazer ou mesmo onde se encontram. O serviço não se foca apenas em captar utilizadores de sites como o Facebook e o Twitter, está mais preocupado em conquistar o tempo que estas pessoas passam na Internet. O número de horas que as pessoas passam nas redes sociais tem vindo a aumentar assim como a quantidade de informação que partilham.
A Google está preocupada com a viabilidade do seu aparato de publicidade. O Facebook já tem mais do dobro dos utilizadores do gmail e pretende em breve lançar o seu próprio serviço de correio electrónico, que é conhecido por Project Titan (projecto titã) mas que é conhecido oficiosamente por 'gmail killer', uma expressão que mostra o quanto o Facebook está disposto a entrar em guerra com a Google.
Para além de poder ser utilizado num computador o Google Buzz pode ser utilizado em smartphones e permite a ligação com diversos programas, como o Picasa, o YouTube ou o Flickr. Representa a mais ousada tentativade incursão da Google nas redes sociais.
Um passo em direcção à 'nuvem'
Segundo Filipe Carrera, coordenador de uma pós-graduação em Marketing Digital do Instituto português de Administração e Marketing (IPAM), o serviço Buzz representa também uma tentativa de encontrar uma "plataforma integradora" para todas as aplicações da Google.
Para Filipe Carrera o lançamento do Google Buzz está relacionado com a guerra do 'cloud computing', que permite ter acesso a serviços e programas de informática sem os ter instalados no disco rígido do computador. O 'cloud computing' é apontado como uma tendência do futuro da Internet, e a Google "quer dominar este mercado" diz Filipe Carrera.
Há quem aponte que este serviço possa vir a ter problemas por sobrecarregar utilizadores para quem a crescente partilha de informações já se torna excessiva, mas os executivos da Google acreditam que o Buzz pode mesmo resolver este problema aplicando os algoritmos de busca empresa à informação das redes sociais, como aliás a empresa já tinha começado a fazer com a pesquisa social.
Sucesso depende de quem adotar
Quanto ao possível sucesso do Google Buzz esse será jogado em dois campos. Por um lado as aplicações são um factor crucial, é necessário converter os programadores os quais vão produzir os conteúdos que realmente apelam às pessoas. Por outro lado Filipe Carrera lembra que o sucesso do Buzz "vai depender de quem o adoptar" e que este choque entre gigantes da Internet "é uma guerra pelo coração das pessoas".
Segundo ele os consumidores destes serviços dividem-se em quatro grupos: o primeiro, os early adopters ou "maluquinhos da informática" adoptam tudo antes de todos os outros mas não possuem o poder social para propagar a outros grupos. Servem portanto de "cobaias" e a sua experiência vai servir para fazer um julgamento inicial do serviço. O grupo seguinte são os "pioneiros", que já escolhem cuidadosamente que serviços adoptar mas que já têm poder social, podendo influenciar o grupo seguinte, os "comuns mortais", que representam a maior parte da população e utilizadores destes produtos. Existe ainda um último grupo, os "reaccionários", pessoas que aguentam até ao último momento antes de aderir a uma nova tecnologia.
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